quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Corpo de Aluguel



Corpo de aluguel

Tudo se conforma em teu corpo,
se ajusta, se entremeia em tuas entranhas,
ainda que sejam áridos teus sentimentos.
Nada de novo em teu semblante obscuro.

O que há no seu frio olhar
que ninguém decifra?
E, no entanto, te procuram
os homens sedentos de amor...

Um amor feito de luxúria,
de tempestade sem vento,
de pura fantasia e fingimento –
o coração sôfrego batendo.

Sobre teu corpo naufragam navios,
rompem-se velas e caem vigorosos mastros.
Em ti, nada se perde e nada se cria –
tudo é engolido, tudo se desfia.

9 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Poeticamente descreveste a crueza da prostituição.
    Parabéns, pela sutileza!

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  3. que belo! e assertivo apesar da sensibilidade poetica.
    beijo.

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  4. É uma realidade pungente
    e descrita de forma suave e bela,
    para uma vida sem amor
    que serve para todos,
    menos para Ela...

    Gostei bastante!
    Maria Luísa

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  5. Meu querido amigo Carloz,
    quanta beleza em uma realidade tão triste. Vc é bom nisso!
    Magnífico blog, bela poesia, lindas fotos!
    Me tornei sua seguidora pois, sua alma poética me cativou.
    beijos salpicados de estrelas,
    Martha
    Me visite:
    http://ternuraantiga.blogspot.com.br
    terei imenso prazer em recebê-lo

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  6. Parabéns!!!
    Amei seu blog.
    Voltarei.
    Beijos!!

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  7. Gostei muito. Eu, apaixonado por mar, destaco a última estrofe: Sobre teu corpo naufragam navios,/ rompem-se velas e caem vigorosos mastros. / Em ti, nada se perde e nada se cria – / tudo é engolido, tudo se desfia.

    Parabéns, obrigado pela visita.
    Abraços.

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  8. a desfiar-se
    está o poema
    adentro ao corpo
    violado.

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